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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Arte Oriental


A religião do Oriente Médio era ainda mais rigorosa em relação às imagens do que o Cristianismo jamais fora.A realização de imagens era terminantemente proibida. Mas a arte como tal não pode ser tão facilmentesuprimida, e os artífices do Oriente, a quem não era permitido representar seres humanos, deixaram suaimaginação jogar com padrões e formas. Criaram as mais rendilhadas e sutis ornamentações conhecidas comoarabescos. Mesmo fora dos domínios islâmicos, o mundo familiarizou-se com essas invenções através dos tapeiesorientais (fig. 95). Seitas subseqüentes entre os maometanos foram menos rigorosas em sua interpretação daproibição de imagens. Permitiram a pintura de figuras e ilustrações, desde que não tivessem relação com a religião.A ilustração de romances, histórias e fábulas, feita na Pérsia a partir do século XIV e mais tarde, também na índiasob os governantes maometanos (mongóis), mostra como os artistas dessas terras tinham aprendido muito com adisciplina que os confinara ao desenho de padrões abstratos. A cena de luar num jardim (fig. 96), inspirada numromance persa do século XV, é um perfeito exemplo dessa maravilhosa habilidade.
92. Uma recepção.
 Detalhe de um relevo do túmulo de Wu-liang-ts, na província de Xantum (China), cerca de 150 d.C.
O impacto da religião sobre a arte foi ainda mais forte na China. Sabemos pouco acerca dos primórdiosda arte chinesa, exceto o fato de os chineses terem sido muito eficientes na arte de fundir o bronze desde dataremota. Nos séculos imediatamente anteriores e posteriores a Cristo, os chineses adotaram costumes fúnebresque eram, em certa medida, uma reminiscência dos egípcios; e, nessas câmaras funerárias, tal como nasegípcias, existem numerosas cenas que refletem a vida e os hábitos desses tempos longínquos (fig. 92). Osartistas eram menos aficionados das rígidas formas angulares do que os egípcios, e preferiam as curvassinuosas. Quando um artista chinês tinha que representar um cavalo curveteando, ele parecia concatená-lo a partirde uma série de formas redondas. Podemos observar o mesmo na escultura chinesa, que parece sempre enrolar-see colear sem que, no entanto, perca sua solidez e firmeza (fig. 93).Alguns dos grandes mestres da China concebiam a arte como um meio de recordar ao povo os grandesexemplos de virtude nas eras douradas do passado. Um dos primeiros rolos chineses ilustrados que forampreservados é uma coleção de grandes exemplos de senhoras virtuosas, escritos no espírito de Confúcio. Ailustração (fig. 94) mostra que o artista chinês dominara a difícil arte de representar o movimento. Nada existede rigidez nessa

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Arte Mexicana

A caveira da Catrina, José Guadalupe Posada, 1913
Nos anos que antecederam a Revolução Popular, surgiu no país um movimento satírico antigovernista que combinava arte e ilustração de maneira polêmica e sensacional. Uma de suas mais elevadas expressões são as sátiras políticas de José Guadalupe Posada, cujas calaveras(caricaturas em forma de esqueleto), hoje intimamente associadas às celebrações do Dia de Finados, em novembro, servem também como metáforas macabras da corrupção na sociedade mexicana. Seu apogeu artístico se deu entre 1884 a 1911, período da ditadura de Pofírio Diaz, um regime que forneceu a Posada um rico material para a sátira e inspirou várias de suas ilustrações, capas de livros e quadrinhos em jornais populares. A caveira da Catrina, uma sociallite esquelética com um ostentoso chapéu, é uma imagem bizarra, mas exemplar, que aparece com frequência nas comemorações do Dia de Finados.
A vendedora de flores, Diego Rivera
O muralismo já se estabelecera no México como forma de arte muito antes da revolução. Pinturas em paredes fizeram parte de acultura maia, decoraram as igrejas barrocas espanholas e foram usadas como arte folclórica nas pousadas e hospedarias mexicanas. O termo " muralismo mexicano" ser efere ao renascimento da pintura em larga escala suscitado pela Revolução de 1910e formentado pela ascensão do governo nacionalista revolucionário de Álvaro Obregón em 1920. O auge do movimento se deu nas décadas de 1920 e 1930, quando foi encomendada uma grande quantidade de murais no México, os artistas mais comumente associados ao muralismo mexicano são José Orozco , David Siqueiros e Diego Riviera, coleticamente conhecidos como "Os Três Grandes.
Bailarinas, Rufino Tamayo
Diretamente envolvidos neste que foi o mais extenso programa estatal de pintura mural desde a Renascença italiana, eles refletiram em suas obras seu compromisso com a política de esquerda oficia. Siqueiros, Orozco e Rivera fortaleceram a arte mural abordando o cotidiano dos oprimidos e reforçando a importância para o novo México dos povo indígenas colonizados.
A maior parto do muralismo mexicano é realista para assegurar que as pinturas sejam acessíveis ao publico mais amplo possível.
Os três grandes quiseram criar uma arte original que fosse ao mesmo tempo mexicana e universal. Sua obra combinou influências clássicas e modernistas com o legado pré-colombiano e indígena do país.

Autorretrato com vestido de veludo, Frida Kahlo,1926
Embora a polística e a questão da identidade nacional mexicana tivessem lugar em sua obra, Frida Kahlo, esposa e eterna musa de Rivieira, adotou como tema, na maioria das vezes, sua realidade pessoal. Gravemente ferida em um acidente de carro quando menina, Frida aprendeu a pintar por conta própria enquanto se recuperava. Infundiu um complexo simbolismo a sua obra posterior, fazendo referência a si mesma e a seus pais em pinturas feito à maneira dos pintores de retratos mexicanos do século XIX, influenciados por sua vez pelos retratos renascentistas. A principal referência do retrato de Frida Kahlo é O nascimento de Vênus de Sandro Botticelli.
O estilo cuidadoso de Frida, suas estranhas justaposições e sua capacidade de tornar comum o extraordinário levaram muitos críticos a classificá-la como surrealista, qualificativo que ela rejeitava dizendo ironicamente que só ficou sabendo disso quando André Breton, o mais importante defensor do movimento, veio ao México em 1930 e lhe disse que ela era surrealista.