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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Barroco

Ao reunir artistas de várias procedências e encarregá-los de tarefas desafiadoras, Roma acabou se tornando o local de origem do Barroco, que durou do período de 1600 à 1750.
 O significado original de barroco é: "irregular, contorcido, grotesco". O termo é usado pra designar a arte, a arquitetura e a música que sucedeu a Baixa Renascença e precedeu o Rococó.
 Adoração dos pastores - Annibale Carracci
Visto com uma reação do estilo maneirista, no qual o idealismo clássico deu lugar a uma beleza plácida, o barroco é associado principalmente à arte feita sob encomenda da Igreja Católica. É caracterizado pela decoração pesada, o design complexo porém sistemático e a aplicação abundante de luzes e sombras.
Agora, o pensamento científico e filosófico tornou-se extremamente complexo, abstrato e sistemático para ser também dominado por um artista. 
A arte barroca não foi simplesmente o resultado de uma evolução religiosa, política ou intelectual. Naturalmente as conexões entre todos esses aspectos existiam, mas ainda não chegamos a sua compreensão.
Gianlorenzo Bernini - Apolo e Dafne
Roma tornou-se um centro internacional de produção e debate artístico, o papado que voltou a patrocinar a produção de obras de arte em grande escala, tinha o objetivo de transformar-la na mais bela cidade de todo mundo cristão.
Artistas de toda Europa iam a Roma para estudar as antiguidades clássicas e a arte da Alta Renascença. Graças aos ambientes de trocas culturais da cidade, os ideais e as características visuais do Barroco se espalharam pela Europa quando esses artistas voltaram para casa depois de suas peregrinações criativas.
As meninas - Diego de Velázquez
As obras que melhor exibem as características estilísticas da arte barroca são as esculturas e os projetos arquitetônicos de Gianlorenzo Bernini (1598-1680). Seus projetos exuberantes, dinâmicos, teatrais e orgânicos, dominaram o cenário artístico de Roma.
Na Espanha, os retratos da corte e da família real, que também serviam como propaganda da realeza, eram responsabilidade do pintor oficial Diego Velázquez (1599-1660). As meninas, pintada em 1656 foi seu ponto alto da carreira. Enquanto isso outros artistas forneciam imagens inspiradoras para uma Espanha profundamente católica.


Fonte de pesquisa
Livros:
- Barroco Teoria e Análise de Affonso Ávila
- Iniciação à história da arte de H.W Janson e Anthony Janson
- Estudos sobre o Barroco de Helmut Hatzafeld
- Renascença e Barroco de Heinrich Wolfflin

Vale lembrar que todos os livros que são usados como fonte de pesquisa para o conteúdo do blog, estão disponíveis aqui na Galeria Augôsto Augusta! (:

terça-feira, 28 de maio de 2013

Maneirismo

Esse estilo denominado maneirismo se desenvolveu em Roma entre 1520-1610, foi marcado pelas convenções mais impessoais, inflexíveis e mecânicas.  Dando menos importância à estética clássica, constituiu um afastamento radical do ideal clássico foram criados produtos uniformes e algumas das criações mais originais, singulares e arrojadas do espírito humano.
El Greco - Laocoon
O maneirismo assinalou uma revolução na historia da arte e criou padrões estilísticos inteiramente novos, pela primeira vez a arte vinha literalmente da natureza. O caminho que conduziu à reavaliação do maneirismo foi preparado pelo expressionismo moderno, pelo surrealismo e pela arte abstrata, sem eles sua arte teria permanecido inteligível, já que não conseguiam entender. Uma reavaliação do maneirismo só era possível em uma geração que experimentasse um choque como o que está associado à origem da arte moderna.
O termo "maneirismo" vem do italiano "maniera" que significa "maneira" em português, e reflete o estilo ou a maneira de um artista efetuar sua obra.
Escultura de Bartolomeo Ammanati
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na decoração. 
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte. 
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista.


Livro de apoio - Maneirismo de Arnold Hauser

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Renascimento Nórdico

Alguns aspectos do Renascimento eram mais interessantes do que outros para os artistas nórdicos. Na Itália, a Renascença foi um ressurgimento e principalmente uma redescoberta dos ensinamentos e da cultura da Grécia e da Roma antigas.
Paisagem com São Jerônimo de Joachim Patinir
A Renascença Nórdica foi inspirada pela Reforma Protestante, que trouxe consigo um interesse renovado pela representação da imagem humana e por retratar o mundo visível de forma realista.
Os artistas buscavam alcançar o mesmo tipo de realismo sempre que retratavam o mundo físico, de cenas de interiores e paisagens a naturezas-mortas e estudos da fisionomia humana. Eles foram reconhecidos sobretudo pela habilidade de  retratar detalhes microscópicos, como a textura de um casaco de pele ou dos metais, ou ainda reflexos exatos em superfícies espelhadas. Os críticos diziam que os artistas ficaram obcecados pelos detalhes e se esqueceram de abranger o tema como um todo, como faziam os mais talentosos artistas italianos.
Na pintura de paisagens, lugares começaram a surgir com uma regularidade cada vez maior, ainda que alguns tenham sido "transplantados" para contextos diferentes. A ideia de produzir registros topográficos precisos ganhou importância durante a Renascença, mas a paisagem demorou para se desenvolver como um gênero independente da pintura. Os patronos nórdicos gostavam muito de admirar paisagens em miniatura como cenário das obras sacras, mas a ideia de comprar uma paisagem por si só era desconhecida.
O Renascimento nórdico também foi marcado pela difusão da gravura  e desenvolvimento de imagens impressas, o que foi uma dádiva para os artistas e ajudou bastante na questão das vendas, já que eles podiam comercializar suas próprias gravações em mercados e feiras.
Caçadores na neve de Pieter Bruegel


Livro de apoio : Tudo sobre arte

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Renascimento

Alguns dos principais artistas

A arte no Renascimento era de fato um passaporte para a eternidade, tanto pata quem encomendasse uma determinada obra, quanto para o próprio artista.
A posição do artista sofre uma mudança, no início ele era considerado como um artesão qualquer e mesmo que se tornasse mestre após anos de aprendizado, continuava a receber ordens para entregar em dias estabelecidos e a preço baixo. A sorte destes artistas foi a fidelidade dos seus clientes. Especialmente em Florença,contribuiu para isso o fato de os florentinos possuírem uma ideia clara de beleza e se interessarem muito em adquirir belas obras. Assim, pouco a pouco começou a crescer a estima dos extraordinários artistas do Renascimento, que levou a conquistar, cada vez mais, maior prestígio social.

Leonardo da Vinci é considerado o pai da técnica do sfumato, que consiste em criar gradientes perfeitos numa pintura, criando luz e sombra.

  
   Madona Litta             A Virgem dos Rochedos

Michelangelo autor de uma das mais famosas obras do mundo artístico, feita no teto da Capela Sistina do Vaticano, o mais curioso é que ele não queria realizar o trabalho, foi contra sua vontade.
  
Virgem com o menino           O juízo final



Rafael Sanzio foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento, na Itália, é reconhecido pela suavidade e perfeição em suas obras.
Três graças

Sandro Boticelli Desenvolveu um estilo personalíssimo, caracterizado pela elegância do seu traçado e pela força expressiva de suas linhas, baseando-se na delicadeza, graça e um certo sentimentalismo
Vênus e Marte



O Nascimento de Vênus


Livros:
Leonardo a Vinci de Frank Zollner
Michel Ângelo de Gilles Néret
Florença: Tesouros do Renascimento 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Introdução ao Renascimento


Para falar de Renascimento é preciso descrever sua forma e principalmente ter uma atenção especial voltada para seus artistas, que foram de extrema importância, logo esse tema será abordado durante toda a semana.


Giotto , Uccelo, Donatello, Antonio Manetti e Filippo Brunelleschi

A passagem entre a Idade Média e o Renascimento, baseou-se principalmente na valorização do homem e da vida na terra, em oposição à espiritualidade que era característica da época.Obras de artistas como Platão, Aristóteles, Cícero e Homero, são redescobertas e com elas vem essa visão mais humanista. Embora não seja uma rejeição ao teocentrismo, mesmo porque a simbologia cristã continua a inspirar os artistas da Renascença, esta abordagem não estava de acordo com os ensinamentos da Igreja Medieval que insistia que a humanidade não podia alcançar nada sem ajuda de Deus.A redescoberta do mundo clássico alterou radicalmente a pintura, a escultura e a arquitetura na Itália.Alguns estudiosos acreditam que o primeiro pintor renascentista tenha sido Giotto, uma alegação compreensível, já que suas obras revolucionaram toda Europa.A escultura e a arquitetura, que durante muitos anos se restringiram à mera imitação da arte, começaram a ser resgatadas da obscuridade. O papel da cidade ao dar forma à Renascença, é celebrado na obra Cinco Mestres da Renascença Florentina,sendo eles: Giotto , Uccelo, Donatello, Antonio Manetti e Filippo Brunelleschi.Embora nenhum fator isolado seja capaz de explicar o desenvolvimento sem precedentes que Florença vivenciou no começo do século XV, várias contribuições fundamentais foram feitas por Brunelleschi, na arquitetura, Donatello, na escultura, e Masaccio, na pintura.No século XVI, as tendências que se tinham manifestado durante o Pré-Renascimento caminharam para a sua conclusão lógica. O individualismo manifestou-se em personalidades como Leonardo da Vinci, Rafael e Miguel Ângelo. Nestes criadores encontram-se numerosos elementos comuns à época, mas cada um deles não deixa de possuir um modo de expressão altamente pessoal.Menos superficial, o Renascimento estudou mais os princípios do que as aparências da Antiguidade. As figuras foram mais idealizadas, as formas tornaram-se mais monumentais, organizadas segundo composições geométricas: em pirâmide, em roda, etc.A pintura se tornou mais naturalista, refletindo uma observação mais cuidadosa da forma humana e da natureza, também foram desenvolvidas técnicas artísticas, como a de perspectiva, onde começaram a usar as três dimensões do real, altura, largura e profundidade, o que implica a uma maior ordenação do espaço.

Livros de apoio
- Iniciação à história da arte de H.W Janson e Anthony F. Janson
Tudo sobre arte de Stephen Farthing

sábado, 18 de maio de 2013

Arte Gótica


No  período da Arte Gótica, dá se início a pintura secular e a transição da Idade Média para o Renascimento, em contraste com a alta Idade Média.
Chartres, o Genese, criacao do homem, catedrais medievais
Vitral Chartres, catedral de Notre-Dame
A partir do século XII a França conheceu transformações importantes, caracterizadas pelo desenvolvimento comercial, urbano e pela centralização política, elementos que marcam o início da crise do sistema feudal.
 O termo Gótico foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram o povo bárbaro mais conhecido, utilizaram a expressão gótica para designar o que até então chamava-se "Arte Francesa ".
O período desse estilo, estendeu-se por 400 anos (de mais ou menos 1.100 até 1.500) e permaneceu predominante até o século XVI, ganhando a partir daí uma parte de saída para as novas colônias na Espanha, Portugal, parte de Inglaterra e Alemanha.
 Deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, tendo Deus como elemento supremo.
Dessa maneira percebe-se uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina
A principal expressão da arte gótica foi a arquitetura, representada pelas construções de imponentes igrejas, que levava em torno de 300 anos para ficarem prontas. Então as cidades começavam a nascer ao redor das catedrais, por conta do elevado número de trabalhadores envolvidos na obra.  Cada corporação da cidade contribuía para a construção com entusiasmo religioso.
Os vitrais que já haviam sido aperfeiçoados no período românico, começam a aparecer cada vez mais, já que as estruturas arquitetônicas estavam comportando mais janelas, de dimensões cada vez maiores. 
A lamentação, afresco de Giotto
Às vésperas do Renascimento, a pintura gótica surgiu nos séculos XII, XIV e início do século XV. Geralmente, as pinturas buscavam representar os seres com realismo procurando expressar o ideal de beleza da divindade, tratandode temas religiosos. Os principais artistas do período foram os que deram início à pintura do Renascimento: 
Giotto - os santos eram reproduzidos como seres humanos com simplicidade. A visão humanista, na qual o homem é o centro de todas as coisas, começava a surgir nas pinturas dos artistas. As obras mais importantes foram os Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis, localizada na Itália e o Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck - ele retratava a vida da sociedade da época, registrando as paisagens urbanas e as suas características e detalhes. As obras mais importantes são O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.



Livros: 
- Gótico de Robert Suckale/ Matthias Weniger/Manfred Wundram
- Iniciação à história da arte de H.W Janson e Anthony F. Janson
- O gótico: arquitetura, estultura, pintura
- Pintura Gótica Italiana

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Arte Românica

O termo românico designa vários estilos espalhados na Europa Ocidental nos séculos XI e XII, estilos esses com certos traços comuns, mas também com grandes diferenças. A maior parte da arte sai dos mosteiros que eram os centros de saber, criatividade e riqueza. 
No século XIII quem saísse da Itália e fosse pra Espanha, França ou Grã Bretanha encontraria, em todas as cidades, turmas, aquedutos e templos relativamente idênticos, embora não fosse exatamente igual, as semelhanças eram marcantes para que o viajante não se sentisse deslocado. A língua falada, oficial, era apenas uma, o latim, e por toda parte entre gente civilizada, se encontrava os mesmo costumes, as mesmas ideias e o mesmo modo de vida.
Com a chegada dos bárbaros à Europa Ocidental, desapareceu a unidade romana e deu-se início a chamada Idade Média. Entre 500 e 1000, cada região e cada povo começa a evoluir em diversos sentidos, logo, procuram diferenciar-se por meio da expressão, diante disso, surgem as novas línguas como o italiano, o francês e o espanhol, que pouco a pouco distanciam-se do latim.

Fachada da Basílica St. Sernin, Toulouse, França
 Planta de St. Sernin, Toulouse

A arte românica não é uma simples imitação do estilo dos antigos romanos, ela recebe influência do Egito, da Pérsia, França, Suíça, Bélgica, Alemanha, da arte bizantina, da Grécia e da Turquia.
Um ponto em comum permite-nos falar sobre a arte românica como de uma entidade, pois a presença em todas essas comunidades tinham um mesmo sentimento religioso, porque ela foi essencialmente uma arte sacra. 
A energia religiosa desse tempo foi, sobretudo, encarnada pelas Cruzadas. É evidente que a intenção de retomar a Terra Santa aos Sarracenos foi reforçada por um desejo de aventura, mas não podemos duvidar da importância que teve o fervor religioso na sua organização. Enquanto isso a igreja trabalhava incessantemente na reforma da sociedade, estabelecendo paz e esforçando-se por se reformar a si própria, criando novas ordens.
Afresco Cristo em Majestade (c. 1123)
No que diz respeito à construção, o progresso mais importante foi, sem dúvida, o ressurgimento da arte de talhar e de aparelhar, que se perdera desde o fim da antiguidade. Algumas características marcantes da arquitetura dessa época são: abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e arcos que são formados por 180 graus. 
Durante o primeiro século da Idade Média, a escultura desapareceu quase por completo. Quando reapareceu, procurou modelos nas artes menores de que os mosteiros tinham conservado como tradição; miniaturas, mosaicos, objetos de ourivesaria ou de marfim.
A pintura submete-se aos imperativos arquitetônicos, localizando-se com maior frequência nas abóbadas, nas paredes e na abside, de acordo com as tradições do Oriente.Tal como na escultura, a pintura desempenha um papel simultaneamente decorativo e educativo, narrando a História Sagrada em imagens ao alcance dos simples.


Livros
- Arte Románico de Norberto Wolf
- Tudo sobre arte 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Princípio da música

Conhecendo a história musical 


Hoje vamos falar brevemente sobre música, que é uma das variadas formas de arte que move muita gente pelo mundo inteiro. Assim como Aristóteles, que a considerava uma imitação da alma humana.

Em sua origem, a música foi a primeira linguagem do homem, sendo apenas uma atividade  muscular adaptada à condições de luta pela vida. Tendo que sobreviver sem grandes recursos, sem saber falar, o homem precisava de uma forma de se comunicar, começou então a imitar os sons da natureza.
Seu desenvolvimento acompanhou de diversas maneiras o da sociedade humana.
Como forma de exaltação, a música permanece ligada à magia, à religião, à ética, à terapêutica, à poética, ao jogo e ao prazer também, ela constitui um dos aspectos fundamentais das velhas civilizações.
Como ainda não havia um meio de registrar o som, sua transmissão era assegurada de geração em geração através da imitação, eles tinham de memorizar tudo, só depois  começaram a usar o ensino sistemático.
Na antiguidade, a música constitui a mais alta sabedoria, por ser a chave de todas as outras. Em certas civilizações esse conceito ainda existe hoje em dia.

As qualidades atribuídas à música, são ligadas à nossa interpretação. De fato, a música consegue comover, ás vezes intensamente, por qualidades imprevisíveis atribuídas do "gênio" e não por ordem previsível decorrente do sistema.
O primado do visual vai substituir o do auditivo na civilização ocidental, ou seja, a música perde sua situação privilegiada na cultura e na vida cotidiana.
Resulta disso uma diminuição progressiva da sensibilidade aos fenômenos sonoros.
O próprio ensino confia cada vez mais na vista da criança e cada vez menos no seu ouvido.

Na sociedade industrial, a depreciação do auditivo tornou-se ainda mais aguda, talvez porque o olho é atento, escolhe e controla o objeto de sua função, já o ouvido não se abre nem se fecha à nossa vontade, recebe uma grande mistura sonora, escolhe com dificuldade e é pouco atento. Nessas condições, a música é suspeita a tal ponto que a profissão de músico parece singular, indigna a uma certa burguesia.
Parecia natural pelo menos que a elite intelectual sempre se preocupasse em conservar para a música um lugar honroso em sua cultura e seus trabalhos. Muitos músicos eram considerados criados, outros vagabundos, alguns viram-se dependendo inteiramente de uma elite social não raro incapaz, desde o século XVIII, de justificar suas pretensões a certo nível cultural. A humildade inconveniente de numerosas dedicatórias soa ainda mais falsa porque os destinatários, cujas boas graças, o músico precisa conquistar a qualquer preço, acumularam enganos e injustiças.
Para mostrar que escapavam dessa subordinação, grandes músicos orgulhavam-se de se proclamar "diletantes", isto é, independentes. Satisfeitos por não terem de ostentar à frente de suas obras impressas, os sinais de qualquer servidão.
Caberá a Beethoven restituir a todos os músicos o sentimento de sua dignidade. Mas a atividade marginal dos músicos hoje mal encontra uma justificação que não seja em termos econômicos, a tal ponto, sua função social é incerta. 

Fonte
Livro - História universal da música I de Roland de Candé

terça-feira, 14 de maio de 2013

Bizâncio

Arte Bizatina

Enquanto em Roma as novas condições sociais, econômicas e religiosas conduziam o desaparecimento do estilo imperial, Constantinopla, ou Bizâncio, evoluía de modo diferente. A estética da arte bizantina evoluiu constantemente durante um período em que a civilização se apoiava no cristianismo e o Império Romano do Oriente não só se manteve intacto como sobreviveu dez séculos ao Império do Ocidente.
A situação geográfica do Império Bizantino explica um certo estilo oriental, onde desenvolveu-se a cor.
O artista bizâncio apaixona-se pelos motivos decorativos de mármore, pelos relevos muito trabalhados e pelo mosaico . Esse estilo bizantino floresceu no século VI durante o reinado de Justiniano I, que ajudou essa expansão graças as suas conquistas e seu espírito. Justiniano também foi responsável pelo início da construção da Basílica de Santa Sofia, famosa por sua enorme cúpula, exemplo na arquitetura, é considerada a maior catedral do mundo.
Basílica de Santa Sofia
Basílica de Santa Sofia
Existem sub divisões na arte bizantina, a começar pela Era do Ouro que dura da fundação da nova capital até o século XIII. Depois da destruição das imagens religiosas, conhecida como Tempo de Iconoclastia de 726 a 843  e o período médio que durou de 843 a 1261, seguido por uma época de florescimento chamada Arte Bizantina Tardia, que perdurou até a queda da Constantinopla, em 1453.
A representação realística do classicismo deu lugar a uma arte mais abstrata e decorativa, na qual foi usada cores vibrantes e simbolismo ressonante para criar uma atmosfera mística capaz de levar à aceitação do dogmas ortodoxo.
Os construtores bizantinos do século XI procuraram diferentes maneiras de adaptar a cúpula à arquitetura religiosa. Artistas desconhecidos criaram mosaicos, afrescos, pinturas, ícones e esculturas religiosas para decorar igrejas e monastérios com cenas da vida e ensinamentos de Cristo. Para eles o imperador era um representante de Deus na terra.

Parece que os bizantinos consideram a escultura como uma arte menor. A inspiração mais perfeita encontraram na técnica do mosaico, principalmente usado em igrejas como a de Santa Prudenciana em Ravena.


Fonte de hoje
Livro - Tudo sobre arte 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Arte Romana

Segundo a lenda, Roma foi fundada pelos Etruscos em 753 a.C. Durante a República, a arquitetura romana tomou lentamente consciência da sua originalidade, e encaminhou-se depois, pouco a pouco, para as grandes realizações da época imperial de 27 a.C. a 476 d.C.
A arquitetura estava mais de acordo com os romanos do que a escultura ou pintura, já que estava diretamente ligada à necessidade do homem. Algumas características como o uso do arco e de abóbada veio sob influência da arte etrusca.
Os romanos nunca manifestaram como os gregos, sensibilidade e sentido de equilíbrio, nunca conseguiram aquela harmonia perfeita entre a concepção do conjunto e o pormenor que caracteriza as grandes obras atenienses.
A maior parte das construções civis romanas, caíram em ruínas, por falta de cuidados.
Foram construídos numerosos anfiteatros por todo Império. O de Nîmes é um dos mais bem conservados. Cabia cerca de cinquenta mil pessoas, era um lugar de espetáculos de combates, lutas de gladiadores, etc. Foi necessário prever um grande número de escadarias e de saídas para facilitar a entrada e saída do público. São também de origem romana são os elementos clássicos encontrados na arte medieval no Ocidente. 
Anfiteatro de Nîmes
Quando uma nova força criadora chamada Renascimento apareceu na Itália, no século XV, os habitantes desse país procuravam muito naturalmente inspiração na Roma Imperial.
Durante o século XIX todas as academias permaneceram ligadas a tradições herdadas de Roma.
O espírito prático dos Romanos orientava-os para o real e não para o imaginário. E do mesmo modo que produziram uma arquitetura racional, o objetivo principal da escultura foi fixar os traços dos que governavam o Império, continuando a tradição etrusco-itálica do retrato fiel, muito expressivo, quase psicológico.
O artista concentrava toda sua atenção na cabeça, onde os traços sobressaíam graças aos efeitos da luz. A pesar dos olhos grandes, as fisionomias têm um realismo intenso.
A vestimenta pelo contrário, é representada num estilo mais sóbrio. Na escultura eles davam uma sensação de profundidade, utilizando técnica de relevo, ou seja, os personagens de primeiro plano eram em alto-relevo e os de segundo plano em baixo-relevo, representando estilo helenístico, combinado com os elementos decorativos dando uma maior aproximação do real, na medida do possível. Os romanos também tinham um gosto pela narração, pois cada acontecimento é descrito com a máxima precisão, dispostos em sequência e com a separação adequada.
Coluna de Trajano
A arte romana, tal como a arte helenística, foi julgada de maneira diferente ao longo dos séculos. O Renascimento, que não conhecia a arte clássica, considerava a escultura tardia como uma meta que todo o artista devia atingir. Mas a descoberta do período clássico da arte grega, no fim do século XVIII e princípios do século XIX modificou esta opinião  A arte romana deve muito a arte grega, o realismo, a falsa perspectiva e a narração cronológica são frutos do gênio prático dos romanos, desse espírito que introduziu na arquitetura uma concepção de espaço nunca igualada até então, e que por isso mesmo continua a ser uma das mais notáveis de todos os tempos.

Fonte do dia
Livro - Coleção História Mundial da Arte Vol.II

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Arte Budista

Shakyaumi Buddha, nasceu como príncipe Siddharta Guatama no norte da Índia, mas ele não quis levar uma vida cheia de luxos e privilégios, preferiu adotar um estilo de vida ascético, que é voltado extremamente à espiritualidade. Ele entendeu que a liberdade espiritual é conquistada pelo "Caminho do meio" (expressão budista que procura, de um modo sucinto apontar rumo aos que se propõem dar seus primeiros passos em direção à sabedoria, ou pelo menos, ao alívio de seus conflitos). Essa compreensão profunda o levou a iluminação, que lhe ocorreu em um certo dia enquanto meditava sob uma árvore. 
O rei Ashoka, após sua morte introduziu a fé em toda Índia e espalhou suas cinzas ordenando que construíssem 84 mil estupas para que fossem guardadas as relíquias que tivera durante a vida.
Buda esculpido na caverna de Ajanta, Índia























Seus seguidores formaram comunidades monásticas e ao longo dos séculos seus ensinamentos se espalharam pela Ásia.
O século I d.C assistiu à evolução do budismo mahayana na Índia, uma escola que oferecia a possibilidade de salvação para todos, inclusive para as mulheres. Foi ai que as imagens de Buda na forma humana começaram a ser feitas.
As esculturas de Buda mantém características estilísticas indianas, como a protuberância craniana, tufo de cabelo na testa e lobos das orelhas alongados, mas o rosto e o tratamento de cabelo e das vestes demonstram distintivamente características greco-romanas.
Séculos depois da expedição de Alexandre, o Grande, a região de Ghadara, localizada ao norte do Paquistão e no leste do Afeganistão, permaneceu com uma forte influência greco-romana. Muitas esculturas em relevo e peças de chão revelam uma fusão de estilos artísticos do Oriente e do Ocidente.
Afrescos budistas começam a ser criados no templo da caverna em Ajanta, na Índia central. As pinturas prosseguem durante três séculos.


Kondo, templo de Hõryu-Ji
Monges budistas indianos chegam à China e introduzem a fé. Budistas chineses levam a fé até a Coréia, onde é adaptada para assimilar a adoração à natureza, característica da região. O budismo chega ao Japão por intermédio de monges da Coréia e se estabelece como religião do Estado, sob patrocínio do imperador. 
O primeiro templo Hõryu-Ji, construído em Nara, demonstra como os japoneses adaptaram a arquitetura chinesa de templos. Feito com pedras e cobertura em telhas  apoiadas por complexas cumeeiras, o Kondo e o pagode de cinco níveis. são as mais antigas estruturas de madeira do mundo ainda em pé.


Fontes do dia
Site - www.rubedo.psc.br
Livro - Tudo sobre arte

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Arte Grega


A arte grega refere-se à arte de todos os povos que falava grego. Teve uma forte influência na evolução da arte e da cultura no Ocidente. Os gregos produziam arte para celebrar vitórias, enfeitar templos, pessoas famosas, mortas e como oferenda aos deuses.
Mármore de Partenon

A arquitetura e escultura de monumentos egípcios influenciaram os gregos no sentido de se afastarem da arte geométrica e adotarem os estilos e temas que caracterizam sua obra.

Pode-se dividir cronologicamente a arte grega por períodos, sendo eles:

 Período micênico- final da idade do bronze, trabalho em metal, joalharia, dominam em geral cenas de caça e a representação de animais como golfinhos, cobras, pássaros, touros e principalmente felinos, onde é regra aparecerem com as patas dianteiras e traseiras esticadas, símbolo de movimento. Também são comuns elementos da flora marítima e espiral.

 Idade das trevas- houve um empobrecimento cultural, pelo menos durante os duzentos anos seguintes, as comunidades gregas preocuparam-se apenas com a sobrevivência, porém surgiram estilos cerâmicos regionais, esculturas em terracota e os primeiros templos de madeira.

Escultura de mármore - Kore
 Período arcaico- desenvolvimento cultural, político e social. Influência oriental, uso da pedra, cenas narrativas na cerâmica e esculturas em tamanho natural. Imperfeição anatômica e de proporção. Foi dominado por dois tipos de esculturas em larga escala e sem apoio: Kouro masculino, um jovem nu em pé e seu equivalente feminino, Kore, uma jovem em pé vestida. Essas esculturas revelam influências egípcias na postura, no estilo linear e nas proporções.
Escultura de mármore -  Koure


 Período clássico- ápice do naturalismo, formas idealizadas de homens e mulheres em movimentos, é nesse período que alguns artistas começam a ser reconhecidos e passam a assinar suas obras.

 Período helenístico- a civilização se espalha pelo mediterrâneo, representação de emoção, figuras com traços realistas e menos idealizados. Desenvolve-se o nu feminino, os retratos, as casas particulares e o planejamento urbano.






Fontes do dia
Livros:
- A Grécia de Henri Stierlin
- Tudo sobre arte de Stephen Farthing

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Arte Egípcia


Pirâmides do Egito

É admirável uma civilização na qual dezoito dinastias chegaram ao poder, sendo a única a deixar imponentes fascinantes e ao mesmo tempo, tão pouco "humanos".Caso tenha dúvida sobre essa afirmação, basta observar uma das sete maravilhas do mundo: as pirâmides.

Como disse Heródoto (historiador grego): " O Egito é um dom do Nilo". Sem o Nilo, para fertilizar o solo, não seria possível tamanho avanço na antiguidade e o estado atual não existiria.
Para os egípcios, a arte não era um meio de expressão e sim uma representação viva e ativa da criação divina. Nessa época ainda não havia diferença entre arte e artesanato. Houve uma produção variável de pinturas, esculturas, arquitetura, joalheria,  produtos têxteis, cerâmicas, paisagismo e vestimentas. 
 As obras de arte eram realizadas em equipes de trabalho e não eram assinadas, o palácio e as habitações eram sempre construídos com tijolos de terra crua, feitos de lodo do Nilo. 
Em sua grande maioria, a arte era destinada aos deuses e aos mortos. As mumificações, por exemplo, eram feitas porque eles acreditavam que para a alma  alcançar a vida eterna, ela precisaria percorrer pelo corpo quando quisesse, então faziam pinturas ou esculturas dos mortos, caso ocorresse algum dano à múmia para assegurar a ressurreição.

 Em geral a arte não era produzida para ser apreciada, e só era visível ao público estátuas erguidas diante dos templos e as esculturas que ornamentavam o exterior dos pilões.
A colheita
Os egípcios sabiam criar uma silhueta humana harmoniosa com perspectiva de perfil e de frente. A dimensão das pessoas reflete no nível hierárquico, ou seja: o Faraó é maior que o funcionário, e o dono da tumba maior que seus servos. A cor também possui um caráter informativo, os corpos masculinos são vermelhos-acastanhados e os femininos são amarelos. Um sistema de linhas mestras divide a parede para efeito de decoração, de maneira a obter superfícies delimitadas e reservadas para cenas diferentes.
Máscara fúnebre de Tutancâmon
Os animais estão em plena ação: os patos levantam voo do brejo diante do caçador; os peixes, barrigudos ou chatos, nadam de boca aberta e o gato está abaixado a observar. Todos os habitantes dos ares, da terra e das águas, animam esse mundo cheio de deuses.
As tumbas, principalmente a de Tutancâmon, nos propuseram conhecer uma vasta coleção de objetos de arte, armas, braceletes, colares, peitorais, coroas, cofres, pequenos móveis, potes e colheres de maquiagem, cerâmicas, poltronas, cofres de jóias, marfins. Todas as técnicas são representadas e provam a habilidade manual e a experiência dos artifícios desse segundo milênio.

Fonte
Livros:
-Arte Egípcia
-Egipto • pessoas • deuses • faraós de Rose Marie e Rainer Hagen
-História geral da arte de Loius Hautecoeur


terça-feira, 7 de maio de 2013

Arte Mesopotâmica





O vale entre os rios Tigres e Eufrates, que hoje é chamado Iraque, era ocupado há séculos pelos sumérios, assírios, babilônicos e os persas, formando a denominada Mesopotâmia.
A habilidade agrária dos sumérios estabeleceu uma sociedade urbana governada por reis com base em sistema teocrático.  Durante os três milênios seguintes, as tradições políticas, religiosas, econômicas, artísticas e arquitetônicas lançariam as fundações para a civilização ocidental.
Os sumérios foram percussores de muitas coisas como a primeira cidade-estado, Uruk; a primeira religião organizada com base numa estrutura hierarquizada de deuses, homens e rituais; a primeira língua escrita conhecida; o primeiro sistema de irrigação para o cultivo de grãos; e os primeiros veículos sobre rodas para transporte de bens e exércitos. Eles construíram as primeiras redes comerciais, com ligações que alcançavam África, Ásia e Europa, e  inventaram os primeiros lacres cilíndricos. 
Marco da vitória de Naram-Sin, rei de Acádia (c. 2230 a.C)
A religião era a força motriz da sociedade e a arte e arquitetura sumérias serviam como expressões práticas das crenças e dos rituais religiosos.
As principais manifestações eram os palácios grandiosos.. Característica marcante da arquitetura  era a construção ao redor de um imenso templo em forma de torre,  chamado zigurate, em geral com sete andares, feitos de tijolos e argila, e no último andar havia uma capela onde eles observavam o céu.
Após a conquista de Sagon, o Grande, da Acádia, se deu início à dinastia  Acadiana, uma nova capital construída à margem esquerda do rio Eufrates. A Mesopotâmia era apenas uma parte do império de Sargon, que se estendia do que hoje é o Irá até o Mediterrâneo. O rei e sua dinastia governaram com poderes de deuses.
A lápide da vitória de Naran-Sin é uma prova da agressividade do governo da dinastia de Acádia. Nara-Sin era neto de Sargon e ostentava os títulos de "Rei dos Quatro Cantos do Mundo" ou "Governante do
Mundo". A lápide foi esculpida para homenagear a vitória do rei Naran-
Sin sobre o rei Satuni e mostra o rei liderando seus homens até as montanhas, sua composição representa um importante avanço na escultura suméria, na qual as imagens estão invariavelmente dispostas em fileiras horizontais. Na lápide, o escultor criou uma composição triangular, como o rei Naram-Sin no ponto mais alto. Abaixo dele os soldados vitoriosos esmagam o povo derrotado, enquanto outros esperam submissos, ou despencam da montanha. O rei olha não para o povo e sim para o céu, de onde sinais divinos parecem abençoar suas ações.


Fonte 
- Livro: Tudo sobre arte de Stephen Farthing

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O princípio da arte

Pinturas rupestres de Ubirr (c.40000 a.C.) -Austrália

Arte Rupestre

A arte começa com os povos pré-históricos e primitivos. O termo "rupestre" vem da prática que esses povos tinham de pintar e entalhar a rocha, empilhando depois pedras para formar grandes desenhos no chão.
 A atitude em relação à pintura e às estátuas era em geral semelhante, pois eles não as consideravam meras obras de arte, mas objetos que tinham alguma função definida.
Povos primitivos, não porque sejam mais simples do que nós, os seus processos de pensar, com frequência são por vezes mais complicados que os nossos, mas por estarem mais próximos do estado em que, num dado momento, emergiu a humanidade. Entre eles não há diferença entre edificar e fazer imagens, no que se refere à utilidade. Acreditam que imagens são feitas para protegê-los contra outros poderes, que para eles são tão reais quanto as forças da natureza. Pinturas e estátuas, em outras palavras são usadas para realizar trabalhos de magia.
Fica complicado entender esses estranhos começos sem penetrar na mente dos povos primitivos e descobrir qual o gênero de experiência que os faz pensar em imagens como algo poderoso para ser usado e não como algo bonito para se contemplar, por vezes são ainda mais vagos a respeito do que é real e do que é imagem.
Certa ocasião quando um artista europeu fez desenhos de animais domésticos numa aldeia africana, os habitantes mostraram-se nervosos: “Se levar consigo o nosso gado, do que iremos viver?”
Essas estranhas idéias nos ajudam à compreender um pouco melhor as pinturas passadas, que chegaram até nós. São tão antigas quanto qualquer outro vestígio histórico existente.
Foram descobertas em paredes de cavernas e em rochas na Espanha e no sul da França, no século XIX, os arqueólogos a princípio não acreditaram que figuras tão animadas, naturais e vigorosas tivessem sido feitas por homens da Era Glacial, porém, aos poucos os apetrechos encontrados nessa região comprovaram que esses bisões, mamutes ou renas tinham sido gravados ou pintados por homens que caçavam estes animais e, portanto, os conheciam muito bem.
Caverna de Lascaux (c. 15000 a.C) - França
A explicação mais provável para essas pinturas rupestres ainda é a de que se trata das mais antigas relíquias da crença universal no poder produzido pelas imagens, em outras palavras, parece que os caçadores primitivos imaginavam que, se fizessem um desenho de sua presa, e até as cutucassem com suas lanças e machados de pedra, os animais verdadeiros também sucumbiriam ao seu poder.


Fontes do dia
Livros:
- A história da arte de E.H. Gombrich
- Tudo sobre arte de Stephen Farthing.